AÇÃO DO PPP IMPLEMENTAÇÃO DAS LEIS 10.639/03 E 11.645/08 NA ESCOLA

No dia 25 de abril com a organização da equipe de professores de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas Ana Maris Alves, Cleidson Rodrigues e Paloma Silva, no Colégio Estadual Lagoa da Confusão, SRE de Paraiso do Tocantins, foi realizado uma etapa do projeto "Diversidade: o respeito que nos une", com o tema "Povos Originários: respeito e conhecimento", em parceria com a Secretaria Municipal Dos Povos Originários e Tradicionais de Lagoa da Confusão-TO. que integrou a proposta "Poder Afro e Poder Indígena" proposta pela SEDUC/TO, voltada ao combate ao racismo nas escolas. A mediadora Ana Maris Alves trouxe uma reflexão profunda sobre a importância das Leis 10.639/03 e 11.645/08, que tornam obrigatória a inclusão da história e cultura africana e indígena no currículo escolar. Ela destacou que essas leis não surgiram por acaso, mas como resposta a uma longa história de apagamento cultural e preconceito, propondo uma educação mais justa, inclusiva e consciente. O objetivo do projeto é fazer com que a escola se torne um espaço ativo de combate ao racismo estrutural, valorizando o conhecimento e a resistência desses povos.

Na abertura do evento, o diretor Hugo Fernando Guimarães Silva reforçou o compromisso da escola com a formação cidadã, ressaltando que “respeitar e conhecer os povos indígenas é reconhecer nossa própria identidade como nação”. Sua fala emocionada destacou que os indígenas são os primeiros habitantes deste território e que seu saber, suas tradições e sua resistência merecem reconhecimento e valorização contínuos por toda a sociedade.

A importância de trabalhar esse tema na escola foi evidenciada com a participação ativa da professora Jéssica de Língua Portuguesa/ História e da estudante Maria Eduarda Feitosa, da turma 23.01. Ambas, destacaram o protagonismo indígena na formação do Brasil e a necessidade de combater estereótipos ainda presentes na sociedade. A estudante Maria Eduarda enfatizou terminologias inadequadas por exemplo: o termo índio é considerado inadequado e preconceituoso.

 Em seguida, estudantes da turma 33.01, com orientação do professor de Biologia Augusto Rodrigues, apresentaram pesquisas sobre plantas medicinais utilizadas por diversas etnias indígenas, revelando como o saber ancestral está intimamente ligado à saúde e ao equilíbrio com a natureza. As plantas apresentadas pelos estudantes foram, buriti, barbosa, hortela, boldo, arruda e etc. 

Entre as atividades realizadas, destacou-se a apresentação de pratos típicos da culinária indígena pela turma 23.01, sob coordenação da professora de Geografia Paloma. Os estudantes Mhuryllo Silva Araujo e Thaylla Cristielly Gomes Santana apresentaram alguns alimentos da cultura indígena, não apenas encantaram pelo sabor, mas também trouxeram à tona a relação sagrada dos povos originários com a terra e os alimentos. Eles falaram que muitos dos ingredientes e hábitos alimentares presentes na cultura brasileira têm origem indígena, o que reforça a profunda influência desses povos na nossa identidade nacional.

O ponto alto do evento foi a participação da senhora Pedrina Neta Soares Carlos, Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais da cidade Lagoa da Confusão, fez a apresentação da equipe da secretaria. A secretaria falou da importância de respeita e conhecer a cultura dos povos originários, enfatizou que a secretaria atende 14 aldeias dos seguintes territórios e etnias: territórios Indígenas Ilha do Bananal no município de Lagoa da Confusão -TO que abriga (JAVAÉ e KARAJÁ,) territórios fora da Ilha do Bananal que abriga (KRAHÔ KANELA, KRAHÔ, KANELA DO TOCANTINS, GUAJAJARA e AVA CANOEIRO.  Fala da secretaria Pedrina, não temos que ter vergonha de fazer nossa autodeclaração, temos que ter orgulho da nossa etnia das nossas raízes das nossas ancestralidades.

 Em seguida, os convidados indígenas Wagner Katamy Ribeiro da Silva Krahô-Kanela e Lucineide Rohtikwyj Krahô compartilharam suas histórias, desafios e a importância de preservar as tradições de seus povos. As apresentações foram complementadas com danças, músicas, rituais e uma emocionante exposição de arte e artesanato. Finalizando o evento, houve uma amostra do grafismo indígena da comunidade dos povos originários KRAHÔ KANELA, o indígena Wagner Katamy e a Lucineide Rohtikwyj fizeram grafismo indígenas nos braços dos estudantes e professores e explicando os significados de cada desenho. Após o evento, alguns estudantes deram o feedback a estudante Gisele Dossiatti Nunes da turma 3303, falou o seguinte “ Essa a primeira palestra do colégio que realmente prestei atenção e aprendi” Já a estudante Thaylla Cristielly Gomes Santana da turma 23.01 falou seguinte “professora que bacana, não sabia que na Lagoa (da confusão) tinha tantas aldeias, gostei da palestra” A atividade foi uma celebração do saber ancestral e um convite à reflexão sobre o respeito e a valorização da diversidade cultural no Brasil. O projeto reforçou que a valorização das culturas afro e indígena é essencial para a construção de uma escola antirracista e de um país mais justo.

Professora de História e Coordenadora de Ciências Humanas Sociais Aplicadas Ana Maris Alves